A resistência de aterramento é um dos pontos mais importantes para a segurança e eficiência de um sistema elétrico. Embora muitos ainda citem o “mito dos 10 ohms” como obrigatório, o foco deve ser obter a menor resistência possível, considerando solo, instalação e normas.
Mais importante que seguir um número fixo é garantir um projeto correto, equipotencialização adequada e condutores e eletrodos com resistividade compatível para escoar correntes com segurança e eficiência.
O que influencia a resistência de aterramento?
Para entender como reduzir a resistência de aterramento, é essencial conhecer e avaliar cada elemento que compõe o sistema. Entre eles:
Eletrodos de aterramento – São as hastes metálicas cravadas no solo ou cabos condutores enterrados que formam a malha de aterramento. Eles têm a função de transferir as correntes de fuga ou descargas elétricas para a terra de forma rápida e segura. Quanto maior a área de contato com o solo e melhor a qualidade do material, mais eficiente será a dissipação da corrente.
Condutores de interligação – São os cabos que conectam todos os eletrodos entre si e ao restante do sistema elétrico. Eles garantem a continuidade elétrica, permitindo que a corrente percorra o caminho com menor resistência possível até chegar ao solo. O uso de condutores adequados em bitola e material é crucial para evitar aquecimento e perda de eficiência.
Equipotencialização – Consiste em interligar todas as partes metálicas e condutivas expostas, como carcaças de máquinas, tubulações e estruturas metálicas, criando um mesmo potencial elétrico entre elas. Isso evita a formação de diferenças de tensão que poderiam gerar choques perigosos ou danificar equipamentos.
Mesmo que a medição indique baixa resistência de aterramento, conexões malfeitas, oxidadas ou condutores inadequados comprometem a eficiência e a segurança do sistema. Por isso, tanto a qualidade dos materiais quanto a correta execução da instalação são fatores determinantes para o bom desempenho do aterramento.
Como reduzir a resistência de aterramento
Diminuir a resistência de aterramento é essencial para garantir que as correntes de fuga e sobretensões sejam conduzidas de forma rápida e segura para o solo. Para isso, algumas estratégias práticas podem ser adotadas:
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Aumentar o número de eletrodos – instalar hastes adicionais de aterramento interligadas entre si reduz a resistência total do sistema, pois amplia a área de contato com o solo e cria caminhos paralelos para o escoamento da corrente.
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Aumentar a profundidade ou o comprimento das hastes – quanto mais profunda ou extensa for a haste, maior será sua área de contato com camadas de solo com melhor condutividade, o que contribui para diminuir a resistência.
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Utilizar malha de aterramento – criar uma rede de condutores enterrados horizontalmente conectando os eletrodos. Esse método distribui melhor a corrente no solo, melhora a eficiência e é especialmente indicado em áreas com espaço amplo disponível.
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Medir e ajustar periodicamente – o uso de um terrômetro é indispensável para identificar o valor real da resistência de aterramento e avaliar se são necessárias modificações no sistema. Ajustes podem incluir a adição de novas hastes, alteração do layout ou reforço nas conexões.
Além disso, a disposição dos eletrodos no solo influencia diretamente o resultado. Em muitos casos, organizá-los em formato triangular, garantindo espaçamento uniforme, ou em linha reta em áreas estreitas, reduz significativamente os valores de resistência.
Por que a menor resistência possível é o ideal
A principal função de um sistema de aterramento é criar um caminho seguro e de baixa impedância para que correntes de fuga, sobretensões ou descargas atmosféricas escoem rapidamente ao solo, evitando choques, incêndios e falhas em equipamentos.
Quanto menor for a resistência de aterramento, mais eficiente será a condução de energia para a terra, pois a corrente enfrentará menos oposição para se dissipar.
Além disso, um bom sistema de aterramento protege vidas e patrimônio, e ainda aumenta a confiabilidade e a rapidez dos dispositivos de proteção, como disjuntores e DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos). Com resistência baixa, esses equipamentos detectam e interrompem falhas rapidamente, prevenindo danos e garantindo operação segura.
Conclusão
A resistência de aterramento não é apenas um número, mas o resultado de boas práticas. É fundamental buscar o menor valor possível, garantir equipotencialização, usar materiais de qualidade e manter conexões bem feitas e livres de falhas.
Portanto, um sistema de aterramento eficiente protege vidas, preserva o patrimônio, melhora a performance dos dispositivos de proteção e aumenta a confiabilidade da instalação. Além disso, esse cuidado reduz riscos de choques, falhas e incêndios, bem como prolonga a vida útil do sistema.