Estrela-Triângulo ainda é usada? Saiba por quê!

Embora as partidas eletrônicas, como soft starters e inversores de frequência, tenham se tornado amplamente utilizadas em novas instalações industriais devido à sua eficiência e controle preciso, uma pergunta ainda é recorrente entre profissionais da área: a partida Estrela-Triângulo ainda é usada?

A resposta é sim. E isso acontece por uma série de razões técnicas, operacionais e econômicas, que ainda fazem desse método uma escolha viável em diversos contextos da indústria.

O Que é a Partida Estrela-Triângulo?

A partida Estrela-Triângulo ainda é usada amplamente na engenharia elétrica industrial, mesmo sendo uma técnica tradicional. Essa abordagem segue sendo eficaz, principalmente em motores trifásicos de média e alta potência. Afinal, seu principal objetivo é reduzir a corrente de partida, que tende a ser elevada quando o motor é ligado diretamente à rede elétrica. Por isso, a Estrela-Triângulo ainda é usada em diversas aplicações industriais, garantindo confiabilidade e custo-benefício.

O funcionamento se baseia em duas etapas distintas de conexão do motor:

  1. Fase inicial – Ligação em estrela (Y):
    Neste primeiro momento, o circuito conecta o motor na configuração estrela. Essa ligação reduz a tensão aplicada a cada bobina interna para cerca de 58% da tensão de linha. Como consequência, a corrente de partida também cai para aproximadamente um terço da corrente nominal, o que diminui significativamente o esforço sobre os componentes elétricos e sobre a rede de alimentação.

  2. Fase final – Comutação para ligação em triângulo (Δ):
    Após alguns segundos, quando o motor já começou a girar e superou a inércia inicial, ocorre a mudança para a ligação em triângulo. Nesse momento, a rede fornece tensão total diretamente às bobinas do motor, permitindo que ele opere com potência e torque máximos, conforme seu projeto.

Essa estratégia de partida tem como benefícios principais:

  • Redução de picos de corrente no momento da energização do motor;

  • Menor desgaste dos componentes eletromecânicos;

  • Maior vida útil da instalação elétrica;

  • Menor impacto na estabilidade da rede elétrica local.

Em resumo, o método Estrela-Triângulo é uma solução eficaz e econômica para controlar o impacto elétrico da partida de motores, sendo ainda amplamente encontrado em sistemas industriais.

Por que a Estrela-Triângulo Ainda é Comum em Muitas Indústrias?

Apesar da popularização de partidas eletrônicas, a partida Estrela-Triângulo continua presente em diversas instalações por motivos práticos.

  • Máquinas e painéis antigos: Muitos equipamentos industriais ainda operam com esse sistema. Alterá-los demandaria reformas complexas e de alto custo.
  • Infraestrutura elétrica já pronta: Em várias instalações, os projetistas dimensionaram a rede elétrica especificamente para esse tipo de partida. Atualizar para tecnologias mais modernas exigiria novos projetos e adequações.
  • Custo mais acessível: A partida Estrela-Triângulo tem custo inicial bem inferior ao de inversores ou soft starters, sendo ideal para pequenas e médias indústrias.
  • Manutenção e prática profissional: Eletricistas de manutenção frequentemente lidam com máquinas mais antigas. Por isso, dominar a partida Estrela-Triângulo continua sendo essencial no mercado.

Comparativo com soft starters e inversores

As partidas eletrônicas, como o soft starter e o inversor de frequência, oferecem diversas vantagens técnicas que tornaram essas soluções bastante populares em instalações modernas. Elas permitem:

  • Controle preciso da corrente elétrica e do torque durante o acionamento do motor, o que reduz picos de energia;

  • Recursos adicionais integrados, como frenagem eletrônica, rampa de aceleração e desaceleração, e no caso do inversor de frequência, até o controle de velocidade contínuo do motor;

  • Menor esforço mecânico sobre os componentes do motor e seus acoplamentos, o que aumenta a vida útil do conjunto e reduz o risco de falhas.

No entanto, muitos profissionais ainda utilizam a partida Estrela-Triângulo por fatores práticos e econômicos. Ela continua sendo uma escolha viável principalmente quando:

  • A modernização para sistemas eletrônicos não é financeiramente viável, especialmente em pequenas e médias empresas ou em projetos com orçamento limitado;

  • O motor não exige alto torque na partida, ou seja, ele inicia sua operação com baixa carga, tornando a redução de torque da Estrela-Triângulo aceitável;

  • A infraestrutura elétrica existente já está adaptada para esse tipo de partida, o que evita modificações no painel, retrabalho na instalação ou gastos adicionais com novos dispositivos.

Assim, mesmo com o avanço das tecnologias de partida, o sistema Estrela-Triângulo segue sendo uma alternativa funcional, especialmente em ambientes industriais com equipamentos antigos ou operações de baixa exigência.

Estrela-Triângulo ainda é usada

Exemplo prático: torno mecânico

Um excelente exemplo da aplicação eficaz desse método é o torno mecânico. Nesse tipo de máquina, a partida geralmente ocorre em vazio, ou seja, sem carga significativa aplicada ao motor. Isso torna a redução de torque na partida irrelevante para o processo.

Assim, muitos profissionais ainda utilizam a partida Estrela-Triângulo com eficiência, mantendo o bom funcionamento da máquina e sem exigir adaptação técnica.

Estrela-Triângulo ainda é usada

Por que você ainda deve aprender Estrela-Triângulo?

Apesar dos avanços tecnológicos na área de automação e controle, dominar a partida Estrela-Triângulo continua sendo, portanto, uma habilidade essencial para eletricistas profissionais. Entenda, a seguir, por que isso ainda faz toda a diferença:

  1. Manutenção industrial recorrente: Muitas indústrias ainda operam com máquinas e sistemas antigos que utilizam o método de partida Estrela-Triângulo. Por isso, profissionais que conhecem esse tipo de sistema estão mais preparados para realizar manutenções corretivas e preventivas com eficiência e segurança.
  2. Interpretação de diagramas elétricos: Além disso, entender o funcionamento da Estrela-Triângulo exige que o eletricista compreenda o comportamento dos contatos, temporizadores e sequências de comutação. Com isso, ele desenvolve seu raciocínio lógico e, consequentemente, melhora significativamente sua capacidade de ler, interpretar e projetar diagramas elétricos complexos.
  3. Versatilidade profissional no mercado: Portanto, o profissional que domina tanto as técnicas tradicionais quanto as mais modernas — como soft starters e inversores de frequência — se torna mais completo e preparado para atuar em qualquer tipo de instalação elétrica, seja ela antiga ou atualizada. Como resultado, esse diferencial técnico aumenta significativamente suas oportunidades de emprego, além de ampliar a possibilidade de prestar serviços especializados com excelência.

Conclusão

Portanto, afirmar que a Estrela-Triângulo ainda é usada não é exagero — é uma constatação prática de quem vive o dia a dia da elétrica industrial. Apesar do avanço das partidas eletrônicas, entender e aplicar esse método tradicional continua sendo um diferencial importante para profissionais que atuam em manutenção, retrofit e adaptação de sistemas.

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