Inversor ou Soft Starter | Guia Completo para Escolher o Ideal

No setor elétrico, é muito comum surgir a dúvida: inversor ou soft starter, qual utilizar para acionar um motor trifásico? Essa questão aparece com frequência porque, embora ambos sejam classificados como dispositivos de partida eletrônica, eles possuem finalidades distintas e atuam de maneiras diferentes no funcionamento do motor.

O inversor de frequência, por exemplo, tem como principal função controlar a velocidade do motor, permitindo ajustes finos no processo e maior eficiência energética. Já o soft starter é projetado para reduzir o impacto elétrico e mecânico no momento da partida, evitando picos de corrente e esforços excessivos nos componentes.

Por isso, entender as funções, características e limitações de cada um é essencial para garantir que a escolha seja a mais adequada às necessidades do projeto, evitando gastos desnecessários e assegurando a performance e a durabilidade do sistema.

O Que São Dispositivos de Partida Eletrônica

Tanto o inversor de frequência quanto o soft starter são projetados para substituir métodos de partida tradicionais, como a partida direta e a estrela-triângulo, que costumam gerar picos elevados de corrente e desgastes mecânicos acentuados no momento do acionamento do motor.

Com esses dispositivos eletrônicos, é possível reduzir consideravelmente o impacto mecânico nos componentes do motor e minimizar a sobrecarga na rede elétrica, aumentando a vida útil dos equipamentos e melhorando a eficiência operacional.

Entretanto, a forma de atuação de cada um é diferente:

  • O inversor de frequência controla a velocidade do motor ao ajustar a frequência e a tensão de alimentação, permitindo variação de rotação e otimização do desempenho durante toda a operação.

  • O soft starter, por sua vez, atua apenas no momento da partida, controlando a tensão de forma gradual até atingir a rotação nominal, sem oferecer variação de velocidade contínua.

Essa diferença de funcionamento impacta diretamente o desempenho final e a adequação de cada solução à necessidade específica da aplicação.

Inversor de Frequência: Controle de Velocidade e Mais

O inversor de frequência é um dispositivo eletrônico que ajusta a frequência da energia fornecida ao motor, controlando diretamente sua rotação. Esse controle de velocidade ajusta a máquina ao processo, melhorando desempenho e eficiência.

Essa funcionalidade é indispensável em situações onde:

  • É necessário variar a velocidade durante o funcionamento, seja para diferentes etapas de produção ou para adaptar-se a demandas variáveis.

  • Busca-se otimizar o consumo de energia, reduzindo gastos e evitando desperdícios.

  • São exigidos ajustes finos para sincronizar máquinas, esteiras, bombas ou outros equipamentos que precisam operar de forma coordenada.

Além disso, o inversor de frequência não se limita apenas ao controle de velocidade. Ele também proporciona partida suave, reduzindo picos de corrente e minimizando choques mecânicos que poderiam danificar acoplamentos, eixos ou outros componentes do sistema.

Entre as funções adicionais mais comuns, destacam-se a frenagem controlada, que melhora a segurança e a precisão em paradas rápidas, e a proteção contra sobrecargas e falhas, que preserva a integridade tanto do motor quanto do próprio equipamento.

Em resumo, se a aplicação exige velocidade variável, versatilidade e recursos extras de proteção, o inversor de frequência é o mais indicado.

inversor de frequência - Inversor ou Soft Starter

Soft Starter: Partida Suave e Proteção Inicial

O soft starter garante uma partida suave ao motor, reduzindo gradualmente a tensão no arranque para evitar picos de corrente e quedas de tensão na rede. Além disso, a partida controlada reduz o estresse mecânico, prolonga a vida útil do conjunto motriz e evita manutenções prematuras.

Entretanto, o soft starter não controla a velocidade continuamente; após a partida, o motor opera na rotação nominal da rede, sendo ideal para aplicações em que:

  • A rotação do motor permanecerá constante durante toda a operação.

  • É necessário evitar impactos mecânicos e picos elétricos no momento do acionamento.

  • Não há demanda técnica ou econômica para implementar um controle de velocidade contínuo, como ocorre com o inversor de frequência.

soft starter - Inversor ou Soft Starter

Pontos em Comum

Apesar das diferenças entre suas funções principais, inversor ou soft starter possuem características em comum que contribuem para a proteção e o desempenho dos motores.

Além disso, ambos permitem reduzir os picos de corrente durante a partida, o que evita sobrecarga na rede elétrica e, consequentemente, minimiza esforços mecânicos nos componentes do motor. Da mesma forma, também oferecem recursos de proteção elétrica e mecânica, prevenindo danos causados por sobrecorrente, sobrecarga ou falhas no acionamento.

Além disso, alguns modelos, tanto de inversores quanto de soft starters, incluem a função de frenagem controlada. Esse recurso é útil para aplicações que exigem a parada rápida ou gradual do motor, aumentando a segurança e a eficiência do processo.

Como Decidir Entre Inversor ou Soft Starter?

A primeira pergunta que você deve fazer antes de decidir entre inversor ou soft starter é: o projeto exige controle de velocidade durante a operação do motor?

  • Se a resposta for sim, o inversor de frequência é a escolha mais indicada. Ele ajusta a rotação do motor conforme o processo, garantindo flexibilidade, eficiência e precisão no controle.

  • Se a resposta for não, ou seja, se a velocidade do motor permanecer constante após a partida, o soft starter será suficiente. Ele é projetado para suavizar o arranque e proteger o sistema contra picos de corrente, sem a função de variação contínua de velocidade.

Entretanto, a decisão não deve se basear apenas nesse critério. É fundamental considerar também:

  • Potência do motor: influencia diretamente na escolha e dimensionamento do equipamento.

  • Tipo de carga acionada: cargas de alto torque ou com partidas frequentes podem demandar soluções mais robustas.

  • Condições do ambiente de operação: temperatura, umidade, poeira ou presença de agentes corrosivos podem exigir proteção adicional.

  • Recursos adicionais exigidos pelo processo: como frenagem controlada, proteção contra sobrecarga, comunicação com sistemas de automação, entre outros.

Inversor ou Soft Starter

Conclusão

Escolher corretamente entre inversor ou soft starter é essencial para garantir que o motor opere de forma eficiente e com a proteção adequada. Uma escolha errada pode causar queda no desempenho, aumento de custos e redução da vida útil do equipamento.

O inversor é mais versátil, pois além da partida suave, controla a velocidade, otimiza energia e oferece funções extras. Já o soft starter é mais simples e econômico, indicado para aplicações sem variação de velocidade, mas que exigem partida suave para reduzir impactos.

Portanto, entender as características e aplicações de cada dispositivo é fundamental para escolher a solução certa para cada projeto. Para aprofundar seus conhecimentos sobre equipamentos e tecnologias voltadas à automação e comando elétrico, inscreva-se no canal Sala da Elétrica no YouTube e tenha acesso a conteúdos claros, práticos e atualizados, preparados para profissionais e estudantes que buscam se destacar no setor.

Everton Moraes

Everton Moraes

Professor, palestrante e instrutor de treinamentos a mais de 9 anos. Já passou por grandes empresas no Brasil como, Senai, Scania, Pirelli, Toledo entre outras. Todo o conhecimento adquirido em 20 anos de carreira é disponibilizado nos cursos e treinamentos.

“Sou apaixonado pela formação e qualificação de profissionais, passando todo o meu conhecimento prático e ajudando todos os meus alunos a também adquirirem esse conhecimento a se tornarem melhores profissionais.”

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