Segurança Contra Incêndio | O Que Todo Eletricista Precisa Saber

A segurança contra incêndio para eletricistas é um tema fundamental que precisa ser discutido com mais profundidade. Afinal, muitos princípios de incêndio têm origem em falhas elétricas, seja por instalações mal executadas, improvisos ou falta de manutenção adequada.

Portanto, é essencial que o profissional da área elétrica tenha conhecimento técnico não apenas sobre instalações, mas também sobre a prevenção e combate a incêndios.

Origem Elétrica é Mais Comum do que Parece

Muitos incêndios que ocorrem em residências, comércios e indústrias têm como ponto de partida falhas na instalação elétrica. Esses problemas podem surgir por diferentes motivos, como sobrecarga de circuitos — quando o número de equipamentos ligados ultrapassa a capacidade da fiação —, curtos-circuitos causados por conexões mal feitas ou deterioradas, ou ainda pelo uso inadequado de adaptadores e extensões.

Grande parte desses acidentes é consequência direta da falta de conhecimento técnico por parte de quem executa a instalação ou da ausência de padronização conforme as normas vigentes, como a NBR 5410. Muitos profissionais realizam as instalações com improvisações, ignorando os critérios mínimos de segurança elétrica.

Dessa forma, o eletricista ou profissional da área precisa ter plena consciência de que cada decisão técnica tomada — seja no dimensionamento dos cabos, na escolha dos disjuntores ou na organização dos circuitos — influencia diretamente na segurança do local. Não se trata apenas de fazer a energia funcionar, mas de garantir que o sistema opere com confiabilidade e não ofereça riscos às pessoas e ao patrimônio.

Conhecimento Essencial sobre o Fogo

A teoria química do fogo é fundamental para qualquer profissional que deseje atuar de forma segura e eficaz no combate a incêndios. Ela explica os três elementos indispensáveis para que o fogo exista: combustível, comburente (geralmente o oxigênio) e calor. Você precisa compreender essa tríade para entender como o fogo se inicia, se mantém e como interrompê-lo.

Além disso, é crucial conhecer as fases do incêndio:

  1. Princípio de incêndio: fase inicial, com pequena liberação de calor e fumaça. É o momento ideal para intervir com extintores portáteis.

  2. Propagação: o calor aumenta e se espalha para outros materiais combustíveis. A ação aqui exige mais cautela e recursos.

  3. Combustão abafada (ou queima lenta): ocorre quando há escassez de oxigênio, o ambiente já está saturado de fumaça e a temperatura é muito elevada.

Dominar essas etapas permite ao eletricista ou técnico agir com precisão, reduzindo riscos à própria segurança e evitando danos maiores. Essa base técnica também evita o pânico durante emergências, tornando a resposta mais rápida e eficiente.

Equipamentos Adequados Fazem a Diferença na Segurança Contra Incêndio

Entre as medidas mais importantes para aumentar a segurança contra incêndio para eletricistas, está o uso correto dos extintores. Cada tipo de extintor tem uma aplicação específica e usá-lo da maneira correta pode evitar agravamentos durante um princípio de incêndio. Por exemplo, quando se trata de circuitos elétricos energizados, o extintor mais recomendado é o de dióxido de carbono (CO₂). Isso porque, ao contrário do extintor de pó químico seco, o CO₂ não deixa resíduos que possam danificar componentes sensíveis nos painéis elétricos.

No entanto, não basta apenas escolher o tipo correto de extintor — é essencial que o eletricista saiba como manuseá-lo corretamente. O extintor de CO₂, por liberar o gás em alta pressão e a baixas temperaturas, pode causar congelamento no difusor. Se o operador segurar a mangueira ou o difusor diretamente, corre o risco de sofrer queimaduras por frio intenso ou até choques eletrostáticos, devido à geração de energia estática no momento da descarga.

Portanto, é indispensável que o profissional aprenda a maneira correta de segurar o extintor de CO₂ durante o uso. Esse tipo de extintor libera o gás com alta pressão e temperatura extremamente baixa, e, ao segurá-lo de forma inadequada, a pessoa pode sofrer queimaduras por congelamento. A empunhadura deve sempre ser feita pela manopla ou pelo punho isolado, que são as partes projetadas para o manuseio seguro. Esse cuidado garante não apenas a eficácia no combate ao fogo, mas também a integridade física do eletricista ou operador, evitando acidentes durante uma situação de emergência.

segurança contra incêndio

Profissionalismo e Prevenção

Outro ponto fundamental na segurança contra incêndio para eletricistas diz respeito à responsabilidade legal e técnica que o profissional assume ao executar uma instalação elétrica. Quando um eletricista ignora normas técnicas, como as da ABNT ou as exigências do Inmetro, e não segue boas práticas de execução, ele passa a correr o risco de ser responsabilizado judicialmente caso ocorra um incêndio cuja causa esteja relacionada ao serviço prestado.

Essa responsabilização pode acontecer tanto na esfera civil quanto criminal, especialmente quando há prejuízos a vidas, patrimônios ou ao meio ambiente. Portanto, para se proteger legalmente e comprovar a correta execução do trabalho, é altamente recomendável que o profissional mantenha registros como:

  • Fotografias do antes, durante e depois da instalação,

  • Relatórios técnicos detalhados,

  • Memoriais descritivos que expliquem cada etapa do serviço.

Esses documentos não apenas reforçam a transparência com o cliente, mas também servem como prova técnica em eventuais perícias ou disputas judiciais. Além disso, demonstram profissionalismo e compromisso com a segurança, o que pode se transformar em diferencial competitivo no mercado.

Um Alerta sobre Equipamentos para Garantir Segurança Contra Incêndio

Por fim, é fundamental entender um detalhe que muitos ignoram: diversos fabricantes de produtos importados, como carregadores, adaptadores e equipamentos elétricos em geral, estampam o selo “CE” em seus dispositivos. No entanto, em muitos casos, esse símbolo não representa a verdadeira certificação europeia de segurança — trata-se apenas de uma imitação visual, sem qualquer vínculo real com normas técnicas ou testes de qualidade.

Isso é extremamente perigoso. Produtos sem certificações confiáveis podem apresentar falhas internas, utilizar materiais de baixa qualidade ou não seguir padrões mínimos de segurança elétrica. Como consequência, o risco de sobrecargas, curto-circuitos e, por fim, incêndios, aumenta consideravelmente.

Portanto, ao escolher conscientemente os materiais e equipamentos em uma instalação elétrica, o eletricista não apenas busca eficiência, mas também adota uma atitude preventiva essencial para garantir a segurança contra incêndio — tanto para si quanto para todos que utilizam o sistema elétrico posteriormente.

Conclusão

A segurança contra incêndio para eletricistas deve ser vista como parte do ofício, não como algo extra. Desde o conhecimento da teoria do fogo até a escolha correta de equipamentos e documentação das instalações, cada detalhe importa. Por isso, investir em formação contínua, manter-se atualizado com as normas e agir com consciência são atitudes que salvam vidas e preservam patrimônios.

Everton Moraes

Everton Moraes

Professor, palestrante e instrutor de treinamentos a mais de 9 anos. Já passou por grandes empresas no Brasil como, Senai, Scania, Pirelli, Toledo entre outras. Todo o conhecimento adquirido em 20 anos de carreira é disponibilizado nos cursos e treinamentos.

“Sou apaixonado pela formação e qualificação de profissionais, passando todo o meu conhecimento prático e ajudando todos os meus alunos a também adquirirem esse conhecimento a se tornarem melhores profissionais.”

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