A economia de energia com inversor de frequência é um dos principais atrativos para quem trabalha com sistemas que utilizam motores elétricos trifásicos — especialmente em ambientes industriais, comerciais e de infraestrutura. Isso porque, além de proporcionar maior controle sobre a velocidade de rotação dos motores, o inversor permite uma gestão muito mais inteligente do consumo energético.
O que faz do inversor uma ferramenta tão eficaz é sua capacidade de ajustar dinamicamente a frequência e a tensão que alimentam o motor. Dessa forma, ele garante que o motor opere apenas com a energia necessária para a demanda do momento, evitando desperdícios comuns em partidas diretas ou sistemas sem controle de velocidade.
No entanto, a utilidade do inversor vai além da redução na conta de energia. Seu uso adequado contribui também para a melhoria da performance operacional, uma vez que a partida suave reduz o pico de corrente e, consequentemente, o estresse sobre os componentes elétricos e mecânicos do sistema. Isso impacta diretamente na vida útil dos equipamentos, diminuindo a frequência de manutenções e aumentando a confiabilidade do processo.
Neste artigo, vamos explorar com mais profundidade como o uso consciente e técnico do inversor de frequência pode gerar economia significativa de energia, além de preservar a integridade dos sistemas aos quais está integrado. Acompanhe para entender como aplicar essa solução com inteligência e eficiência.
Um dos principais vilões do consumo excessivo de energia em motores elétricos é o pico de corrente durante a partida. Esse pico ocorre quando o motor entra em funcionamento de forma abrupta, como acontece em partidas diretas, exigindo uma corrente muito maior do que a utilizada em seu funcionamento normal. Em muitos casos, esse valor pode chegar a até 7 vezes a corrente nominal do motor.
Para ilustrar, imagine um motor cuja corrente nominal seja de 10 amperes. Em uma partida direta, o pico de corrente pode atingir incríveis 70 amperes. Esse esforço repentino exige muito da rede elétrica, gera desperdício de energia e aumenta o risco de penalizações por picos de demanda junto à concessionária de energia.
No entanto, quando utilizamos um inversor de frequência, o cenário muda drasticamente. Esse dispositivo controla de forma gradual o processo de partida do motor, limitando a corrente de partida para, no máximo, 1,5 vezes a corrente nominal. No mesmo exemplo anterior, o pico cai de 70 A para apenas 15 A.
Essa diferença não apenas diminui o impacto no sistema elétrico como também contribui diretamente para a economia de energia com inversor, além de proporcionar mais estabilidade, eficiência e vida útil tanto para o motor quanto para a instalação elétrica como um todo.
A partida direta de um motor trifásico é um processo que ocorre de maneira abrupta: assim que o motor é energizado, ele recebe instantaneamente toda a tensão da rede. Esse acionamento repentino causa picos de corrente muito altos, que podem chegar a 6 a 8 vezes a corrente nominal do motor.
Como resultado, diversos componentes elétricos — como cabos, contatores e disjuntores — são submetidos a um estresse intenso, já que precisam suportar essa corrente elevada em um curto intervalo de tempo. Isso acelera o desgaste e pode comprometer a durabilidade desses equipamentos.
Além da parte elétrica, o sistema mecânico também sofre impactos negativos. Motores conectados a bombas, ventiladores ou compressores, por exemplo, enfrentam aceleração súbita, o que gera desgaste prematuro de engrenagens, acoplamentos e rolamentos.
Por outro lado, quando se utiliza um inversor de frequência, a partida acontece de forma gradual. O motor acelera progressivamente até atingir a velocidade desejada, reduzindo tanto os picos de corrente quanto o esforço mecânico. Esse controle suave prolonga a vida útil dos componentes, minimiza a necessidade de manutenção e aumenta a confiabilidade do sistema como um todo.
Cerca de 80% dos motores elétricos em funcionamento atualmente estão envolvidos em processos industriais como bombeamento, ventilação e compressão. Nesses sistemas, o controle de fluxo ou vazão geralmente é feito por meio de dispositivos mecânicos, como válvulas ou dampers. Embora funcionem, esses componentes realizam o controle de forma ineficiente, pois mantêm o motor operando constantemente em sua carga máxima, mesmo quando o processo exige menos energia.
Por outro lado, ao instalar um inversor de frequência, esse controle passa a ser feito pela variação da velocidade do motor. Isso significa que o motor será ajustado conforme a real necessidade do sistema, consumindo apenas a energia necessária para o funcionamento naquele momento. Como resultado, evita-se o desperdício de energia elétrica e, em muitos casos, é possível até eliminar completamente as válvulas e dampers do processo, simplificando o sistema.
Em aplicações com carga variável, esse tipo de automação pode proporcionar uma economia de energia com inversor de até 50%, o que representa uma redução expressiva nos custos operacionais. Por isso, o uso do inversor se mostra altamente vantajoso, especialmente em ambientes industriais que buscam eficiência energética e menor desgaste dos equipamentos.
Mesmo em aplicações onde o controle de velocidade não é uma exigência, o uso do inversor de frequência continua sendo vantajoso. Isso porque ele contribui significativamente para a economia de energia e oferece uma proteção mais completa ao sistema elétrico, principalmente durante a partida do motor, ao reduzir o pico de corrente.
No entanto, para essas situações específicas — onde a velocidade do motor permanecerá constante durante toda a operação — existe uma alternativa mais adequada: o soft starter. Esse dispositivo suaviza a partida do motor, reduz a corrente de partida e não controla a velocidade durante o funcionamento. Isso já representa uma grande vantagem em termos de durabilidade dos componentes e menor estresse mecânico.
Portanto, a escolha entre inversor de frequência e soft starter deve ser feita com base na real demanda da aplicação. Se o sistema exige ajustes de velocidade conforme a operação, o inversor é a melhor escolha. Por outro lado, se o motor for utilizado em uma carga fixa, a situação muda. Quando não há necessidade de variações de velocidade, a soft starter pode ser uma solução eficiente. Além disso, ela exige um investimento mais baixo.
A economia de energia com inversor de frequência não é apenas uma tendência — é uma estratégia sólida para profissionais e empresas que desejam otimizar o desempenho de seus sistemas elétricos e, ao mesmo tempo, reduzir custos. O inversor controla com precisão a velocidade do motor. Com isso, ele reduz drasticamente os picos de corrente na partida. Além disso, evita desperdícios durante a operação e ainda contribui para aumentar a vida útil dos equipamentos.
Além da economia visível na fatura de energia, existem outros ganhos importantes. Muitos deles passam despercebidos no dia a dia. Entre eles, estão o menor desgaste mecânico, a redução na frequência de manutenções e o aumento da confiabilidade dos processos. Além disso, o sistema como um todo se torna mais seguro.
Portanto, se você ainda não adota o uso de inversores de frequência nas suas instalações, este é o momento ideal para repensar sua estratégia. A tecnologia está acessível e os benefícios são reais — especialmente quando aplicada com conhecimento técnico.
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