Escolher entre disjuntor motor ou relé térmico é uma decisão que pode parecer simples, mas, na prática, exige conhecimento técnico e análise precisa do comportamento da carga. Afinal, uma escolha errada pode comprometer a segurança do sistema e gerar prejuízos com queimas de componentes e paradas inesperadas. Neste post, você vai entender de forma prática quando usar cada um desses dispositivos e como fazer a escolha certa para suas instalações elétricas industriais.
Antes de optar por disjuntor motor ou relé térmico, é essencial compreender os dois tipos principais de proteção de motores:
Proteção magnética: atua contra curtos-circuitos, seccionando as fases em caso de falha severa. Pode ser feita por fusíveis (Diazed ou NH) ou disjuntores.
Proteção térmica: protege o motor contra sobrecargas, evitando que correntes acima do normal danifiquem o equipamento. Pode ser feita por relés térmicos ou disjuntores motores.
Portanto, ao dimensionar um sistema, não basta apenas proteger o motor: é necessário considerar o circuito completo.
O disjuntor motor é um dispositivo que integra as proteções magnética e térmica, oferecendo praticidade e economia de espaço. Já o relé térmico, por outro lado, precisa ser usado em conjunto com um disjuntor ou fusível para fornecer ambas as proteções.
No entanto, mesmo que o disjuntor motor pareça a escolha mais moderna e eficiente, é importante observar um ponto crítico: a curva característica de corrente.
Dispositivos de proteção precisam tolerar a corrente de partida de motores, especialmente os de indução, que pode ser de 6 a 8 vezes a corrente nominal. Por isso, analisar a curva de atuação é fundamental.
Por exemplo:
Fusíveis Diazed ou NH: permitem sobrecorrentes temporárias, sendo ideais para proteger contra picos de corrente na partida.
Disjuntores motores: também possuem curvas específicas, mas podem não atender a todas as condições de carga e partida.
Consequentemente, usar disjuntor motor ou relé térmico sem verificar as curvas pode resultar em disparos indevidos ou falhas de proteção.
A escolha entre disjuntor motor ou relé térmico depende do contexto da instalação:
Prefira disjuntor motor quando a partida do motor tiver uma curva compatível com a curva do disjuntor.
Use relé térmico com disjuntor em aplicações com exigência de ajuste mais fino ou com motores que apresentam variações acentuadas na corrente de partida.
Adote fusíveis NH para ambientes industriais pesados e que exijam alta robustez.
Além disso, em quadros onde há queima frequente de fusíveis ou desarme constante de disjuntores, a causa pode estar justamente na incompatibilidade das curvas de proteção com a carga do motor.
Muitos profissionais ainda cometem o erro de trocar relé térmico e fusível por disjuntor motor sem analisar se a curva característica é adequada. Isso pode parecer funcional à primeira vista, mas, ao longo do tempo, causa falhas intermitentes, paradas indesejadas e até queima de motores.
Por isso, sempre que for instalar ou substituir, avalie cuidadosamente:
A corrente nominal do motor
A corrente de partida
A curva de atuação dos dispositivos
A aplicação específica (compressor, bomba, esteira etc.)
Saber escolher entre disjuntor motor ou relé térmico é uma habilidade essencial para qualquer profissional da elétrica. Embora a solução compacta dos disjuntores motores pareça a melhor opção em muitos casos, há situações onde o relé térmico com fusível se adapta melhor.
Portanto, estude cada caso, analise as curvas dos dispositivos e escolha com base no comportamento da carga. Assim, você evita falhas e garante a proteção eficiente dos seus motores.
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