Aterramento Elétrico Eficiente | Como Evitar Erros Graves

Você sabe o que diferencia um aterramento elétrico apenas correto de um aterramento elétrico eficiente? Em um de nossos trechos ao vivo, o Professor Poletto mostrou precisamente isso ao explicar como medir a resistência do solo com um terrômetro, seguindo a NBR 5410.

1. Importância do aterramento elétrico eficiente

O aterramento elétrico eficiente, antes de tudo, é um dos pilares fundamentais de qualquer instalação elétrica segura. Em essência, ele consiste na conexão elétrica intencional de partes condutivas da instalação diretamente ao solo. Dessa forma, permite que correntes de fuga, sobretensões e descargas elétricas (como raios) sejam conduzidas com segurança para a terra, evitando assim riscos à integridade dos equipamentos e à segurança das pessoas.

Essa prática protege tanto os usuários quanto os equipamentos elétricos contra choques elétricos e falhas de funcionamento. Além disso, um aterramento adequado:

  • Evita danos causados por surtos de tensão, redirecionando essa energia para o solo.

  • Garante o desempenho correto de dispositivos de proteção, como o DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos) e o DR (Dispositivo Diferencial Residual), que dependem de um bom sistema de aterramento para detectar e interromper falhas.

  • Contribui para a estabilidade da rede elétrica, prevenindo interferências e ruídos que podem afetar sistemas de controle e automação.

Portanto, mais do que uma exigência normativa, o aterramento elétrico eficiente é uma prática indispensável para garantir segurança, confiabilidade e desempenho em qualquer tipo de instalação elétrica.

2. Procedimento de Medição com Terrômetro — Explicado Passo a Passo

A medição correta do aterramento elétrico com um terrômetro é essencial para garantir, antes de tudo, a eficiência e, além disso, a segurança do sistema. Abaixo, você confere um guia mais detalhado, com base nas orientações da NBR 5410:

🔌 Passo 1 – Desconectar o condutor de aterramento

Antes de iniciar qualquer medição, é imprescindível desconectar o condutor de aterramento do sistema que será avaliado. Esse condutor geralmente está ligado à haste de aterramento ou à caixa de passagem próxima ao padrão de entrada. A desconexão evita que outros caminhos condutivos (como o neutro do sistema) interfiram na medição, comprometendo os resultados.

📏 Passo 2 – Posicionar os eletrodos corretamente

Agora, posicione os dois eletrodos auxiliares fornecidos com o terrômetro:

  • O eletrodo de corrente (ou auxiliar) deve ser fixado no solo a uma distância mínima de três vezes o comprimento da haste de aterramento.
       👉 Exemplo: se a haste tem 1,5 m, o eletrodo deve ficar a pelo menos 4,5 m de distância.

  • O eletrodo de potencial (ou tensão) deve ser cravado exatamente a 62% da distância entre o eletrodo auxiliar e a haste que está sendo medida.
       👉 Seguindo o exemplo anterior, o eletrodo de potencial deve estar a cerca de 2,80 m da haste.

Essa posição específica permite medir a queda de potencial de maneira mais estável e precisa, refletindo corretamente a resistência do solo.

🔗 Passo 3 – Conectar os cabos ao terrômetro conforme o esquema padrão

No equipamento, conecte:

  • O fio da referência de medição diretamente à haste de aterramento.

  • O fio do eletrodo de potencial ao ponto de 62% da distância.

  • O fio do eletrodo auxiliar de corrente ao ponto mais distante (mínimo 4,5 m no exemplo).

Essas conexões são feitas conforme as indicações da NBR 5410 e dos fabricantes de terrômetro, respeitando sempre a separação e linearidade dos pontos de medição.

📉 Passo 4 – Realizar a leitura e avançar o eletrodo de potencial

Depois de posicionar e conectar tudo corretamente, faça a primeira medição. Em seguida:

  • Avance o eletrodo de potencial 5% da distância total (aproximadamente 22 cm no exemplo de 4,5 m).

  • Realize a segunda medição.

  • Por fim, recue o mesmo eletrodo 5% a partir da posição central (voltando 22 cm) e faça a terceira medição.

📊 Passo 5 – Analisar os valores obtidos

Compare os três valores obtidos. Se estiverem muito próximos (sem grandes variações), isso indica que a resistência do solo está estabilizada — ou seja, você encontrou a resistência real do aterramento. Esse é o objetivo da medição.

Caso haja grande variação entre os valores, refaça o processo em outro local, pois o solo pode estar instável ou com interferências.

3. Por que isso importa para um aterramento elétrico eficiente

Utilizar o método de medição com terrômetro, conforme as orientações da norma NBR 5410, não é apenas uma formalidade técnica — é uma prática fundamental para garantir a qualidade do sistema de aterramento. Essa abordagem oferece múltiplos benefícios que impactam diretamente a segurança, a eficiência e a conformidade da instalação:

  • Economia de tempo em campo: Além disso, ao seguir um procedimento normatizado e direto, o eletricista evita medições desnecessárias ou retrabalhos. Como resultado, isso acelera o processo de validação do aterramento, otimizando o tempo da equipe técnica e, consequentemente, reduzindo o custo operacional.

  • Segurança reforçada: Um aterramento corretamente medido garante que, em caso de surtos elétricos ou falhas, a corrente de fuga será conduzida de forma segura ao solo. Isso protege não apenas os equipamentos, mas, principalmente, as pessoas que interagem com o sistema.

  • Conformidade total com regulamentações: Seguir o procedimento previsto em normas técnicas é essencial para atender exigências legais e evitar penalidades. Além disso, a conformidade garante que a instalação elétrica esteja apta para inspeções, certificações e futuras ampliações.

Em resumo, medir corretamente o aterramento com base nesse método normativo é uma prática indispensável para qualquer profissional que deseja entregar um trabalho seguro, confiável e profissional.

4. Equipamentos necessários

Você vai precisar obrigatoriamente de:

  • Um terrômetro de três polos, que injeta corrente e mede tensão.

  • KMCCAs (eletrodos/tampões) para referência, potencial e corrente.

  • Equipamentos de proteção individual: luvas, capacete, óculos e sinalização ao redor da área.

aterramento elétrico eficiente

🔧 Dica extra para realizar um aterramento elétrico eficiente

Sempre que for realizar a instalação de dispositivos de proteção como o DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos) ou o DR (Dispositivo Diferencial Residual), especialmente em conjunto com o sistema de aterramento elétrico, é indispensável consultar o manual técnico do fabricante. Esse documento fornece orientações específicas e detalhadas sobre:

  • Os pontos exatos de conexão dos condutores de fase, neutro e terra, garantindo o correto funcionamento dos dispositivos.

  • Distâncias recomendadas entre o DPS e os terminais de aterramento, fundamentais para que o tempo de resposta do dispositivo seja eficaz durante surtos elétricos.

  • Configuração ideal de instalação, que pode variar dependendo se o sistema for TT, TN ou IT.

Seguir essas recomendações evita falhas de proteção, garante a durabilidade dos dispositivos e assegura que o sistema cumpra os requisitos das normas técnicas, como a NBR 5410. Além disso, ao instalar de forma correta, você reduz o risco de choques elétricos, queima de equipamentos e outros acidentes.

Conclusão – Como realizar um aterramento elétrico eficiente

Em resumo, realizar um aterramento elétrico eficiente exige compreensão técnica, uso correto de equipamentos e respeito às normas. Além disso, esse procedimento garante segurança, precisão e confiabilidade em qualquer instalação elétrica.

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Everton Moraes

Everton Moraes

Professor, palestrante e instrutor de treinamentos a mais de 9 anos. Já passou por grandes empresas no Brasil como, Senai, Scania, Pirelli, Toledo entre outras. Todo o conhecimento adquirido em 20 anos de carreira é disponibilizado nos cursos e treinamentos.

“Sou apaixonado pela formação e qualificação de profissionais, passando todo o meu conhecimento prático e ajudando todos os meus alunos a também adquirirem esse conhecimento a se tornarem melhores profissionais.”

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